sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Olá,

Sejam bem vindos!

Estamos estreiando esta página. Resolvemos divulgar o trabalho que vem sendo realizado pela Galeria de Artes Liana Brandão, localizada junto ao Centro Cultural José Pedro Boéssio. A galeria iniciou suas atividades no ano de 2008, desde lá foram várias exposições de inúmeros artistas. O nome Liana Brandão é uma homenagem a Artista Plástica e Poetisa Liana Brandão, cuja produção artística tem enorme relevância para São Leopoldo.
http://frentedaculturasc.blogspot.com.br/2007/11/liana-brando-86-anos-e-sua-histria-de.html 
Deixamos aqui uma entevista maravilhosa da artista Liana Brandão encontrada no blog Frente em Defesa da Cultura Catarinense (http://frentedaculturasc.blogspot.com.br/2007/11/liana-brando-86-anos-e-sua-histria-de.html) do ano de 2007, onde a artista fala sobre seus 86 anos de vida e de sua arte.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007


Liana Brandão, 86 anos, e sua história de amor pela pintura



Gente
Vida e pura arte
Liana Brandão, 86 anos, e sua história de amor pela pintura
JACQUELINE IESSEN

"Caminhando fiquei parada e, parando, caminhei." A frase cunhada por Liana Brandão numa tela instalada a cinco metros do chão na sua casa-ateliê, numa área tranqüila na Lagoa da Conceição, Capital, mexe com a alma de quem a contempla. E o texto ganha ainda mais significado quando uma esfuziante Liana adentra à sala falando de suas obras, declamando poesias de Machado de Assis e Olavo Bilac, explorando suas telas e planejando novos trabalhos. Detalhe, esta artista de múltiplas linguagens tem 86 anos, é capaz de pintar 20 telas num dia e tem uma energia de causar inveja. Liana Brandão é uma daquelas pessoas raras que seduz quem a rodeia com sua paixão pela vida.- Não sinto o peso dos anos. Esqueci estes 80 anos. Me alimento da saudade, da alegria e das palavras - diz a artista.Liana Brandão tem uma bela história de vida. Gaúcha de São Gabriel, mas que fez história em São Leopoldo, foi fisgada pela arte desde cedo. Filha do poeta Miguel Ataíde DAvila, começou a declamar poesias quando tinha seis anos. Na época, sem muitas opções de lazer, sua mãe reunia os filhos no final da tarde para ler textos. E os poemas que decorou no passado ainda permanecem vivos em sua memória brilhante.A jovem artista Liana cresceu às voltas com suas tintas, pincéis, esculturas e conquistou o coração do então estudante de Direito Carlos H.D. Brandão, que conheceu no ginásio. No início da vida conjugal, a mãe Liana abraçou a filharada - quatro meninas - para que o marido pudesse concluir o curso. Carlos aproveitou tão bem a ajuda da mulher que tornou-se juiz de Direito. Com a carreira deslanchando, Liana pode novamente voltar-se de corpo e alma para o mundo das artes. No início, quando morava em São Leopoldo, Liana abriu uma galeria de arte para mostrar os seus trabalhos, visto que tinha muita dificuldade em expor suas obras por ser desconhecida. Como ela vê nos problemas uma oportunidade para encontrar uma solução, decidiu abrir as portas de sua casa aos jovens artistas. E foi assim que tornou-se conhecida na região do Vale dos Sinos (RS).Em São Leopoldo, dado ao seu intenso processo criativo, as telas não foram suficientes para esgotar a criatividade da artista. E Liana pintou as paredes da casa (internas e externas) e virou uma referência na região. Começava a década de 1980 e os primeiros indícios da abertura política no Brasil também provocaram nos artistas o desejo de manifestar suas emoções tão cerceadas pela ditadura militar. Liana promovia vernissages, saraus literários e pintores, escultores e poetas eram visitas em sua galeria. Mas como esta inquieta artista conquistou o coração de sereno juiz?- Comecei a compreender o direito, e ele, a arte. Tanto que tornou-se um especialista em História da Arte - diz Liana. Em 1997 o casal fixou-se em Florianópolis, para ficar perto das filhas. A história de amor entre Liana e Carlos começou quando era uma estudante do ginásio. Ela, uma linda menina de olhos azuis. Ele, um estudante recém-saído do seminário. Desde que trocaram o primeiro olhar passaram-se mais de 58 anos de uma convivência harmoniosa, resultado do respeito que um tinha pela atividade do outro. Há quatro anos, Carlos morreu levando consigo um pedacinho de Liana. Mas esta fortaleza que mede 1m50cm de altura não se abateu. Liana tem muitos planos a executar e a morte não lhe tira o sono.Nas telas Liana imprime o seu jeito de ler e ver o mundo. Suas figuras disformes não angustiam o espectador. Nas telas multicoloridas, retratos do imaginário feminino. O uso do azul revela o lado afetivo e maternal da artista. A simbiose entre Liana e a arte é tão real que às vezes até confunde os admiradores de seu trabalho. Não se sabe se é Liana quem conduz o pincel ou se é conduzida por ele. ( jacqueline.iensen@diario.com.br )

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